segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Restauro é utilizado como ferramenta de inclusão social

                               Seminário termina hoje, com solenidade de encerramento, show musical e totalizando a participação de 150 especialistas em restauração de bens móveis da Itália, França e 10 estados brasileiros

A capacitação profissional em restauro de bens culturais móveis – que são as obras de arte – e a inclusão social de jovens podem, sim, andar juntas. Esse está sendo um dos destaques do seminário Internacional de Restauro que termina hoje (26) no anfiteatro da antiga faculdade de Medicina da UFBA, no Terreiro de Jesus, Centro Histórico de Salvador.

Promovido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) em parceria com a Escola de Belas Artes da UFBA, o evento permitiu que especialistas e técnicos da área apresentassem exemplos bem sucedidos de obras de restauração que permitem ações de inclusão social. Um dos exemplos é o Curso Técnico em Conservação e Restauro ministrado na Fundação de Arte Ouro Preto, em Minas Gerais, cujo trabalho está sendo apresentado no evento do IPAC.

Gabriela Rangel, diretora da instituição mineira, explicou seu nascimento e atuação. ”A escola surgiu em 1968, e trabalhamos com o rico acervo de arte sacra presente em Ouro Preto, mas também com conservação e restauro de arte contemporânea”, comenta a especialista mineira. Carla Nascimento, também representante da entidade fala das especificidades do curso técnico. “A cada semestre, recebemos 60 alunos. O curso tem duração de dois anos e conta com quatro módulos. Trabalhamos sempre com obras reais, o que é uma grande responsabilidade”, declara. Carla diz, ainda, que a escola recebe alunos de diversos estados incluindo Bahia, Pará, Rio Grande do Sul Goiás e Mato Grosso, entre outros.
A representante do Curso Técnico destaca os impactos da experiência na formação dos jovens, do ponto de vista prático e pessoal. “Eles saem transformados do curso. Quando têm contato com peças de valor histórico se emocionam muito. Além do que, mais de 50% dos jovens que se formam se encontram, hoje, no mercado de trabalho”, revela. Carla explica que 18 paróquias de 14 municípios diferentes da região de Ouro Preto já foram contempladas com restauração de peças de acervos pelo curso.

  Com relação ao trabalho de alunos em grandes obras de restauração, Sílvia Fonseca, representante da Escola Oficina em Salvador, exemplifica que o anfiteatro da faculdade de medicina do Terreiro de Jesus, onde ocorre o Seminário do IPAC, foi o primeiro espaço restaurado pelos alunos do curso. “Eles e os estudantes da Escola Oficina a Cantaria do Museu de Arte Sacra, auxiliaram ainda na restauração do Museu Afro Brasileiro, Museu Arqueológico e Galeria Cañizares, na Escola de Belas Artes (EBA) da UFBA”, diz a professora. 

Sílvia alerta que a escola lida, ainda, com alunos considerados em situações de risco e, muitas vezes, de abandono. “Eles precisam estar matriculados em uma das escolas da rede pública e residir na Região Metropolitana de Salvador. Oferecemos uma bolsa incentivo, três refeições diárias, transporte e assistência médica. Contabilizamos e descobrimos que 80% dos jovens que se formaram estão inseridos, como restauradores, no mercado de trabalho”, ressalta.

O evento do IPAC propicia hoje, também, o Fórum de Políticas Culturais que discute a profissão do conservador e do restaurador na Bahia. Participam representantes do IPAC, do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (IPHAN), da EBA e os especialistas em formação e perfil profissional de restauro Mariely Santana e Heloísa Costa, ambas da Ufba. Mais informações sobre o Seminário são obtidas via endereço eletrônico seminario.ipac@gmail.com, telefone 3117-6492, ou site www.ipac.ba.gov.br.

 Assessoria de Comunicação – IPAC – em 26.10.2010
Jornalista responsável Geraldo Moniz (1498-MTBa) – (71) 8731-2641
Texto: estagiário Felipe Dieder
Contatos ASCOM/IPAC: (71) 3116-6673, 3117-6490, ascom@ipac.ba.gov.br. Acesse: www.ipac.ba.gov.br

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Cordialmente,

Profa. Ana Paula Soares Pacheco
Coordenadora do Colegiado do Curso de Graduação em Museologia
Centro de Artes, Humanidades e Letras - CAHL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - UFRB
http://www.ufrb.edu.br/cahl/index.php/cursos/museologia

Um comentário:

  1. Falaram de muitos projetos, porém eu nunca vi divulgação de nenhum!
    E sou bem atenta!

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