terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ministério da Cultura terá R$ 129,5 milhões para museus em 2012

ara o ano que vem, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) lançará novas edições dos programas de fomento e de qualificação em museologia
 Em 2012, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia federal ligada ao Ministério da Cultura responsável pela Política Nacional de Museus e pela melhoria dos serviços do setor, terá um orçamento de R$ 129,5 milhões. Se houver a aprovação de algumas emendas parlamentares, o valor sobe em 42%.
O orçamento do Ibram será investido em diversas ações visando o fomento à área. Estão previstas uma nova edição do Programa de Fomento Ibram, além da continuidade do Programa de Qualificação em Museologia e a ampliação, em pelo menos 20%, do número de exposições nos 30 museus integrantes da estrutura do Ibram.
O Instituto pretende, ainda, aprovar o Projeto do Legado Cultural para o Setor Museal, que prevê a destinação de R$ 200 milhões por ano, até 2014, para a modernização, qualificação e garantia de atratividade dos museus brasileiros para os megaeventos esportivos que serão realizados no Brasil.
Entre as atividades previstas para 2012 estão a realização do Fórum Nacional de Museus (de 16 a 20 de julho), da X Semana Nacional de Museus (de 14 a 20 de maio) e da 6ª Primavera dos Museus (em setembro).
O Brasil também sediará uma reunião com especialistas em patrimônio museológico e coleções para discutir um marco regulatório internacional para o setor, sob a coordenação do Ibram, conforme proposta aprovada pela Unesco. Além disso, terão início as reuniões do projeto Conexões Ibram, que objetiva a disseminação e o desenvolvimento de temas estruturantes para a área museal em estados e municípios.
Balanço

Em 2011, o Ibram promoveu diversas ações de divulgação, fomento e incentivo à universalização do acesso à memória do Brasil. O Programa de Fomento aos Museus Ibram 2011 lançou 10 editais, sendo seis inéditos, destinando R$ 16 milhões em prêmios e projetos relacionados a museus. Além do fomento à implantação e modernização de museus e a projetos educacionais e de memória social, houve incentivo a artistas contemporâneos e premiações para roteiristas, jornalistas e carnavalescos que divulgassem a temática museal em diversas mídias. No total serão mais de 200 iniciativas contempladas.
A inauguração do Centro Nacional de Estudos e Documentação da Museologia (Cenedom) e o lançamento das publicações Museus em Números e Guia dos Museus Brasileiros demonstram a preocupação do Instituto em fazer um diagnóstico do setor para balizar a formulação e a avaliação de políticas públicas e pesquisas sobre os museus brasileiros.
O Guia dos Museus Brasileiros traz dados como ano de criação, endereço, horário de funcionamento, tipologia de acervo, entre outras informações de mais de 3 mil museus mapeados pelo Ibram. Já nos dois volumes da publicação Museus em Números é feito um panorama estatístico nacional e internacional do setor de museus com textos analíticos e dados sobre as instituições cadastradas pelo Ibram.
Além de realizar mais de 70 exposições temporárias e itinerantes nos 30 museus federais que fazem parte de sua estrutura, o Ibram estimulou a circulação e o intercâmbio de acervos e coleções inclusive internacionalmente. Quase 200 obras foram enviadas ao Festival Europalia, na Bélgica e países vizinhos, que teve o Brasil como tema deste ano. Além disso, o Ibram também colaborou acompanhando a fase de pré-produção e produção do evento.
Outro destaque do ano foi a ampliação do projeto de museologia social, com o aumento do número de oficinas de qualificação e a realização de exposições marcando o lançamento de diversos Pontos de Memória. Na sede do Instituto e também nos museus que integram sua estrutura foram realizados seminários, mesas redondas e palestras. Merece menção também a reabertura da Galeria de Arte Brasileira do Século XIX, no Museu Nacional de Belas Artes e do Palácio Rio Negro, que estavam fechados para reformas.

Contatos para a imprensa:
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Soraia Costa – soraia.costa@museus.gov.br – (61) 2024-4035/ (61) 9619-5445

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Louvre abre nova iluminação, mais eficientes e ecológicas

O Museu do Louvre, em Paris lançou terça-feira 6 de dezembro a primeira fase de sua nova iluminação externa que afeta a Pirâmide, o pyramidion Hall e Colbert, foram substituídas as lâmpadas de xenon para pontos de iluminação LED, com uma economia de energia anual de 73%. A mudança foi responsável pela Toshiba multinacionais, entre outras coisas, é a maior fabricante de LED (diodo emissor de luz) do Japão, e tem promovido essa mudança como uma carta de apresentação na Europa.


 

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Exposição resgata acervo do antigo Imperial Instituto Agrícola da Bahia

Foto do Acervo.
Está em cartaz no Memorial do Ensino Agrícola Superior da Bahia (MEASB), vinculado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a exposição que retrata “A representação dos Laboratórios de História Natural através do acervo e fotografias do antigo Imperial Instituto Agrícola da Bahia”. Trata-se de uma iniciativa das estudantes do curso de Museologia e estagiárias do MEASB, Vera Lúcia Rocha, Camila Silva e Crislane Oliveira, com apoio das estudantes voluntárias, Sura Carmo e Idaiane de Freitas e do servidor responsável pelo setor, Alfredo Bloisi. A supervisão geral é da professora Patrícia dos Santos.

A exposição resgata parte da história dos laboratórios do Imperial Instituto Agrícola da Bahia, fundado em 1859, que abriu caminhos para o desenvolvimento da pesquisa e docência em ciências naturais no Brasil. O acervo conta com equipamentos datados da época e utilizados em experimentos de química, como balanças, microscópios e refratômetro. Estão expostas também peças taxidermizadas de anatomia veterinária, entre as quais trabalhos de empalhamento, embalsamento e osteotecnia, incluindo um esqueleto bovino de mais de 150 anos, que hoje pertencem ao Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal (LAFA) da UFRB.

Como parte da preservação da memória, está em exposição a ata de liberação do Imperial Instituto, assinada pelo imperador D. Pedro II. Tem ainda fotografias antigas e uma galeria reservada aos retratos dos diretores que se sucederam à frente do instituto. É possível conferir também publicações raras, como o manuscrito da “Histoire Naturalle des Dorades de la Chine”, de Louis Edme Billardon de Sauvigny e François Nicolas Martinet, datado de 1780, e dois exemplares, um livro-texto e um livro-ficha, do “Sertum Palmarum Brasiliensium”, de João Barbosa Rodrigues, primeiro diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, datados de 1902.



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Resposta a reitoria e a sociedade

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

Nota pública do coletivo de paralisação
 #PARALISARPARAMOBILIZAR

            Diante das decisões divulgadas pelo reitor da UFRB no dia 26 de Setembro de 2011, deliberamos e entendemos que devemos uma explicação a sociedade e não somente a universidade.
 
            O primeiro ponto refere-se à formação da mesa de negociação e da câmera Inter setorial. Nesta nota publica, a reitoria avalia que somente estas ações seriam necessárias para a plena comunicação. Esquece-se esta que, a multicampia, um sistema herdado da ditadura militar, onde os campi foram descentralizados serviam apenas para desarticular ideias importantes. Além disso, esta mesma reitoria esqueceu também que os estudante da UFRB ainda estão se organizando. No entanto, para alçar uma discussão foi preciso que embasássemo-nos com documentação necessária para apurar as irregularidades dos campi de Cruz das Almas, Cachoeira, Santo Antônio de Jesus e Amargosa. Ainda neste ponto a reitoria nos acusa de causar “prejuízos” administrativos, financeiros, sociais e acadêmicos. Contudo, avaliamos que o prejuízo maior quem sofre é a sociedade que deposita regularmente pagamentos via impostos e não sabe no que este dinheiro é aplicado. Prejuízo será formar profissionais sem qualificação colocando em risco essa mesma sociedade que não terá o retorno desejado.
 
            A segunda questão colocada pelo reitor sobre a “ideia fixa” de falarmos somente da PROPAAE, não é descabida. Mesmo sendo pouco mais de 10% da população estudantil da UFRB a usufruir dos benefícios, entendemos a importância e a necessidade dessas politicas afirmativas e o quanto elas precisam ser ampliadas, visto que 70% dos estudantes da UFRB são originários das classes C, D e E, e aproximadamente 80% do corpo estudantil se declara afrodescendente. O que nos espanta é a reitoria utilizar a PROPAAE como manobra de retaliação para com este movimento. O Coletivo insiste em reafirmar que as dependências administrativas necessárias para efetivar os benefícios devem e podem executar suas atividades.
 
            A terceira questão referente às agressões verbais ocorreu de ambos os lados. Se houve por parte deste movimento atitudes intempestivas pedimos publicamente desculpas. O nosso intuito era nos fazer ouvir diante da impossibilidade de permanecermos no mesmo local para discutir as melhorias que servirão tanto aos professores, servidores quanto aos estudantes. Discordamos ainda da informação que não existe uma representação única por parte do movimento. Temos vinte pessoas (efetivos e suplentes) que estão responsáveis para comparecer a mesa de negociação, sendo que presencialmente apenas dez participam dessas reuniões por vez. Lembramos ainda que o reitor deveria implantar o sistema de negociação proposto em 2008 quando as mesas eram abertas e democráticas congregando todos os estudantes.
 
            O quarto ponto se refere à palavra “greve”, não estamos fazendo greve e sim paralisação. Não somos remunerados para fazer este movimento que é apartidário, independente e democrático. 
 
            O ultimo ponto trata da dissolução da mesa de negociação por parte do reitor. Nós do Coletivo de Paralisação reiteramos a importância e a necessidade de retomarmos as negociações a fim de estabelecer um diálogo e encontrar soluções acerca dos impasses.
 
            Informamos ainda à sociedade que a ocupação da UFRB pelos estudantes está fundamentada em documentos da Controladoria Geral da União (CGU) que revelam irregularidades nas obras licitadas até o ano de 2009. Segundo a CGU, os resultados dos trabalhos que constam no relatório nº 245382, foi verificado que não há conformidade entre a documentação apresentada pela UFRB com as exigências do Tribunal de Contas da União (TCU). Foram destinados, através do Programa, "Brasil Universitário", que diz respeito a 87,4% (valor de R $83.945.054,00) dos recursos geridos pela Universidade no exercício de 2009 (total de R$ 96.088.427,00)”. A falta de desempenho da UFRB foi justificada varias vezes por “dificuldades técnicas e gerenciais e da carência de recursos humanos especializados”. Observamos que somente no campus de Amargosa, cujo terreno foi drenado para receber as instalações da UFRB, foram gastos cerca de 9 milhões de reais. Contudo, as instalações/estruturas não correspondem às verbas aplicadas, como exemplo o curso de Educação Física que não possui um complexo poliesportivo que é de suma importância para formação profissional. Já no campus de Cruz das Almas mesmo tendo disponível R$ 1.356.385,52 o complexo de laboratórios de Engenharia Florestal sequer tiveram as obras licitadas. Ainda no mesmo campus, uma verba destinada no valor de R$ 3.839.034,88 para construção do hospital de Medicina Veterinária não foi utilizada no seu total, pagando apenas á empresa o valor de R$ 259.796,97
 
            Ressaltamos ainda que os 96 milhões poderiam ter sidos administrados em reformas de prédios já existentes, aquisições de equipamentos, mobílias e outros gastos para a implementação dos campi. Isso sem citar os indícios de superfaturamento nas obras dos 7 laboratórios do campus de Cruz das Almas notificados pela CGU referentes ao relatório de 2010, entregue em março de 2011.  O que nos faz perceber que a falta de laboratórios, salas de aulas equipadas, acervos bibliográficos e outros itens para a formação plena deixaram de ser adquiridos por falta de uma boa administração. Neste momento, estamos nos mobilizando para que os estudantes da UFRB possam efetivamente contribuir para o desenvolvimento do Brasil. 
 
             Queremos profissionais plenos para a sociedade brasileira, não apenas meros reprodutores de ideias abstratas. Continuaremos a divulgar o que está ocorrendo na UFRB para que a sociedade brasileira tenha pleno conhecimento dos investimentos federais. Todos nós pagamos impostos que se revertem em verbas para fazer o Brasil. Os investimentos na UFRB não são diferentes. Queremos uma UFRB decente.


27 de setembro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Estudantes em Greve sofrem tentativa de homicídio

Estudantes em Greve de Ocupação na Universidade Federal do Reconcavo da Bahia sofrem tentativa de Homicído por parte de estudantes contrarios apioados pela Reitoria. Veja nota abaixo:
 
Na última quarta-feira, dia 21/09, o movimento Mobilizar para Solucionar, contrário a paralisação estudantil, divulgou em rádio local e redes sociais uma reunião que aconteceu em frente ao Pavilhão de Aula II, que recebeu a presença de estudantes, do Pró-reitor da PROPAAE, Ronaldo Bastos, dos Assessores do Reitor, Luiz Flavio Godinho e Charles Carmo e de alguns docentes, inclusive da professora Maria Conceição Soglia, esposa do Vice-Reitor. No momento de voz dos presentes, era possível perceber certo tom de agressividade sempre objetivando o retorno das aulas o mais rápido possível e a qualquer custo. Como encaminhamento da reunião foi deliberado que representantes iriam até a reitoria dialogar com o movimento Paralisar para Mobilizar, tendo em vista a obtenção de espaço representativo na mesa de negociação. Reiteramos que o Movimento Paralisar para Mobilizar sempre esteve e está aberto ao diálogo no espaço de plenária, onde tod@s tem direito a voz e voto e em momento algum vetamos a presença dos companheir@s.
 
No dia seguinte, esperávamos a presença dos companheiros para que pudéssemos conversar.  Então, por volta das 23:00h  recebemos a informação de que teriam danificado o patrimônio público, arrebentando os cadeados dos Pavilhões de Aulas I e II. Diante disso, alguns estudantes se dirigiram até o local para verificar o que se passava, e ao se aproximarem, reconheceram estudantes que estavam na reunião do dia anterior (Movimento Mobilizar para Solucionar) estes, ao perceberem que foram identificados fizeram ameaças até que um deles ,estando armado, disparou em  direção aos ocupantes que recuaram e acionaram a segurança para que os acompanhassem até o pavilhão invadido.  Os integrantes do Mobilizar para Solucionar fugiram em um carro prata e em motos. Por sorte ninguém se feriu. Nós ocupantes ficamos perplexos diante do ocorrido e nos reunimos em plenária para deliberar as providências cabíveis, e na manhã seguinte prestamos ocorrência na delegacia.
O Movimento Paralisar para Mobilizar repudia, o ato violento de participantes fascistas do Movimento Mobilizar para Solucionar, e todo e qualquer manifestação de apoio por parte de docentes e da reitoria aos mesmos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

NOTA A COMUNIDADE - COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES

NOTA A COMUNIDADE

Seguindo o princípio da autonomia e respeito a todos os membros da sociedade, o Coletivo de Paralisação dos Estudantes da UFRB, #ParalisarParaMobilizarUFRB, vem por meio desta informar que estará presente para Mesa de Negociação, dentro das condições estabelecidas pelo coletivo, com os 10 representantes discentes, e os 30 suportes. 

A título de informe, deixamos clara a importância na manutenção do registro audiovisual das Mesas de Negociação, o que configura a democratização no acesso aos assuntos discutidos e deliberados. Assim, reiteramos a necessidade da Reitoria fazer valer a vocação democrática da Universidade, tantas vezes lembrada nas notas publicadas pela própria Reitoria, abrindo espaço para as postagens do Movimento Estudantil, uma vez que a mesma não apresentou justificativa legal para esse impedimento.

Ainda neste sentido, convocamos a Reitoria e os Diretores de Centros para mais uma Mesa de Negociação, dia 23 de setembro (sexta-feira), às 16h00min e deixamos explícito que esta Mesa se configura como última tentativa de definição da metodologia. 

Por último, deixamos aqui nosso repúdio à postura da Reitoria em relação aos assuntos da PROPAAE, quanto ao não funcionamento de suas atividades, uma vez que para outras, de interesse da Direção, estão em funcionamento. Com isso, entendemos essa atitude como boicote a todos os estudantes e principalmente os seus assistidos, posto que não há impedimento por parte do movimento, quanto ao pleno funcionamento relativo às atribuições da PROPAAE.
Em tempo, exigimos mais uma vez e de forma clara, a necessidade da Universidade prestar um esclarecimento público, sobre o caso de Ademir Fernando, estudante encontrado morto próximo às dependências da UFRB, em junho de 2010.

Vale lembrar que este estudante de Cinema permaneceu acampado por quatro meses, no pátio do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), necessitando de assistência à moradia, médica, psicológica e alimentar, as quais lhe foram negadas.

O Movimento Estudantil da UFRB prossegue autônomo e em luta.·.

Coletivo de Paralisação dos Estudantes·.

Cruz das Almas – BA, 22 de setembro de 2011.

Fonte: http://paralisarparamobilizar.blogspot.com/

domingo, 14 de agosto de 2011

III ENCONTRO BAIANO DE MUSEUS SERÁ REALIZADO EM ILHÉUS

A cidade de Ilhéus, a 456 km de Salvador, vai sediar o III Encontro Baiano de Museus, que este ano tem como tema principal “Museu, Território e Inclusão Sociocultural”. O encontro anual é uma ação da Secretaria da Cultura através da Diretoria de Museus do IPAC e tem como principal objetivo discutir políticas públicas que levem ao desenvolvimento e a melhoria do setor museológico, além de promover a troca de experiências entre profissionais da área.

A abertura acontece no dia 21 de setembro, às 8h30, no Teatro Municipal, com a participação do secretário de Cultura do Estado, Albino Rubim, do prefeito de Ilhéus, Newton Lima, do diretor-geral do IPAC, Frederico Mendonça e da diretora de Museus, Maria Célia Moura Santos.

De 21 a 23 de setembro, serão discutidos sobre temas diversos como inclusão sociocultural, acessibilidade e desenvolvimento comunitário. Além de palestras, serão realizados minicursos, reunião das Redes de Educadores em Museus e da Rede de Técnicos de Museus Universitários. O primeiro dia do encontro será dedicado à Conferência Setorial com a escolha dos delegados que irão representar os museólogos baianos na Conferência Estadual de Cultura.

Entre os palestrantes estão o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), José do Nascimento Junior, o superintendente de Cultura e Desenvolvimento Territorial do Estado, Adalberto Santos, o diretor do IBRAM, Mario Chagas, o professor José Claudio Alves de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia e a convidada internacional do encontro, a museóloga mexicana Miriam Arroyo. Com larga experiência na área de museus e escolas comunitárias, ela falará sobre “Museu, Território e Inclusão Sóciocultural”.

O III Encontro Baiano de Museus irá movimentar vários espaços de Ilhéus, como a Academia de Letras, a Casa Jorge Amado, o Memorial Misael Tavares, o Teatro Municipal, além da praça Pedro Mattos onde serão realizadas diversas atividades culturais. “Fizemos questão de realizar este encontro no interior para reforçar nosso objetivo de desenvolver políticas públicas que promovam a integração dos vários espaços museais existentes no estado”, afirma Maria Célia Moura Santos, da Diretoria de Museus.

A cidade de Ilhéus foi escolhida para sediar o encontro através de votação, vencendo a disputa travada com as cidades de Salvador e Cachoeira. Para o presidente da Fundação Cultural de Ilhéus, Maurício Corso, as expectativas são as melhores possíveis. “É um ganho cultural para a região que carece de mais informações sobre conservação, dinamização e difusão de seus acervos. Um evento dessa magnitude é tão importante quanto necessário para a atualização e requalificação dos profissionais do interior do estado e para a construção de políticas públicas para o setor”, afirma.

Aqueles que estiverem no evento poderão, ainda, participar de três minicursos: Inclusão Sociocultural em Museus com Gabriela Aidar, coordenadora do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado de São Paulo; Acessibilidade em Museus com Valéria Laena, do Memorial da Cultura Cearense, do Centro cultural Dragão do Mar (CE); e Museus, Territórios e Desenvolvimento Comunitário, com Miriam Arroyo.

Em 2010, o Encontro foi realizado em Salvador e contou com a participação de 48 instituições da capital e 31 do interior. Para este ano a expectativa é de superar este número. As inscrições para participar do encontro e dos minicursos estão abertas e podem ser feitas até 14 de setembro através do email encontrobaianodemuseus@gmail.com Mais informações pelo telefone (71) 3117-6381.




ASSESSORA DE COMUNICAÇÃO DIMUS
MÁRCIA MOREIRA: 71 9127.9790

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO
71 3117 6445
JORNALISTA: CARINA GAZAR (71 -8855.8619)
ESTAGIÁRIOS: LARISSA D’EÇA E LUIS FERNANDO LISBOA
www.dimusbahia.wordpress.com

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Festa da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte

Foto: Luís Antonio
A festa da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, que ocorre desde 1820, época do Brasil Império, e estende-se no tempo até os dias atuais, permanece com muita tradição e fé, na cidade de Cachoeira, localizada no Recôncavo Baiano, a 116 quilômetros de Salvador.

O evento acontece durante cinco dias, de 13 a 17 de agosto, e começa com a procissão das irmãs pelas ruas do município histórico, em sinal de luto pela morte de Nossa Senhora.

A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte é composta por uma confraria de 23 mulheres cujos requisitos são descender de escravos africanos e possuir mais de 50 anos de idade. Todas elas são unidas pela devoção a Nossa Senhora. De acordo com historiadores locais, a confraria surgiu quando um grupo de mulheres, ex-escravas, reuniu-se para conseguir a alforria de outros escravos da cidade de Cachoeira, a primeira reunião de fundação da irmandade se deu no terreiro de Candomblé da nação Jeje-Mahi Zoogbodo Malê Bogum Seja Hundê, mais conhecido como Roça do Ventura.

A festa da Irmandade tem fortes traços sincréticos e recebe influências da religião católica e do candomblé, muito forte na região do Recôncavo Baiano. Durante as festividades são realizadas missas na Capela de Nossa Senhora D’Ajuda e oferecidos carurus e cozidos, típicos pratos da cultura afro-brasileira.

Confira a programação:
 
13/08 - Ritual do traslado do esquife de Nossa Senhora, às 18 horas, com saída do anexo da Capela DAjuda, que pertence à Boa Morte, com destino à capela da Irmandade, na Rua 13 de Maio, onde haverá celebração religiosa em memória das irmãs falecidas.

14/08 - A procissão do enterro de Nossa Senhora sai às 19 horas da igreja da Irmandade e percorre as principais ruas do centro histórico de Cachoeira, seguida de filarmônicas que tocam marchas fúnebres.

15/08 - O cortejo sai da igreja da Irmandade, após a missa marcada às 8 horas. Integrantes da irmandade vestem beca, usam joias e deixam à mostra as contas de seus orixás, além de deixar exposta a face vermelha do xale. A Irmandade oferece ao público presente um farto banquete com feijoada, assados e saladas.

16/08 - A Irmandade oferece à população o tradicional escaldado, com diversos tipos de carnes, verduras, legumes e pirão. O samba de roda também se apresenta e todos que quiserem podem sambar. A partir das 18 horas.

17/08 - Nesse dia, também a partir das 18h, a festa continua com o samba de roda de Nossa Senhora e distribuição de caruru e mungunzá.






sexta-feira, 29 de julho de 2011

V Simpósio Identidades Culturais e Religiosidade

O V Simpósio Identidades Culturais e Religiosidade é uma realização da Fundação Hansen Bahia e do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), cujo objetivo é proporcionar um espaço de discussão sobre as particularidades culturais e religiosas na região do Recôncavo da Bahia, tendo em vista sua pluralidade, sincretismo e influências de diversas partes do mundo, com especial destaque à África.
 
O evento acontece de 11 a 13 de agosto, no auditório do CAHL, em Cachoeira, concomitantemente à tradicional Festa da Boa Morte, que atrai religiosos e turistas de diversas nacionalidades, e que foi oficializada pelo governador Jacques Wagner como Patrimônio Imaterial da Bahia em 2010. A festa acontece desde agosto de 1820, com a vibrante mistura de elementos do catolicismo e do candomblé.

Nesta quinta edição, o Simpósio Identidades Culturais e Religiosidade traz olhares de profissionais de diversas áreas, do Brasil e do exterior, e de membros da comunidade local, cujas contribuições sempre são das mais valiosas, com o intuito de manter viva e valorizada as manifestações culturais e religiosas do Recôncavo da Bahia.

http://ufrb.edu.br/boamorte/

Sítio histórico de Cachoeira é agredido


Dando continuidade às variadas agressões ao patrimônio histórico e cultural de Cachoeira, município tombado por decreto federal desde 1971 como patrimônio histórico, artístico-cultural e natural brasileiro, mais uma obra realizada pela prefeitura municipal violenta o sítio arqueológico de São Francisco do Paraguaçu, subdistrito de Santiago do Iguape, na antiga zona dos canaviais cachoeiranos. Dessa vez a PMC está construindo um coreto, ou um palanque, qualquer coisa, enfim, que por falta de uma denominação coerente ou uma finalidade definitiva, o equipamento está sendo batizado pela comunidade de elefante branco.
Para levar a efeito o intento nefasto a PMC derrubou duas árvores centenárias que ornamentava a praça principal da vila. Além disso, o equipamento desfigura o conjunto original de casas e oculta a visão que se tem do edifício do antigo convento de Santo Antonio, construído pela Ordem Franciscana em meados do século XVII. Entretanto, a PMC desconhece que a vila de São Francisco é área de proteção rigorosa como sítio arqueológico e histórico, como ocorre com a sede do município, principalmente a área urbana da antiga vila.
Não faz muito tempo o IPHAN desautorizou a construção de um imóvel de dois pavimentos na imediação do convento de São Francisco. No caso da obra desfiguradora ora realizada pela PMC, o IPHAN não foi informado, o que significa dizer que não há laudo histórico nem arqueológico. Enfim, a obra é ilegal e representa mais uma entre tantas outras obras realizadas pela PMC em que a lei de proteção e conservação do patrimônio histórico-cultural e artístico brasileiro é acintosamente desrespeitado pelo excelentíssimo senhor prefeito municipal.

O prefeito se acha acima da lei

Obras irregulares são recorrentes em Cachoeira e o prefeito diz destemidamente que ele não tem medo de processos jurídicos, que vai fazer e acontecer, queira ou não queira os “cupins” IPHAN e IPAC. Entenda-se a sua vaidade está acima de tudo. As arbitrariedades administrativas cometidas são apoiadas por um poder legislativo omisso e covarde. Tendo todos os vereadores comendo em sua mão, comem igualmente migalhas jogadas ao chão por ele os meios de comunicação da região e a população despolitizada e controlada à base de festas, drogas e cervejas. Ninguem tem coragem de dizer nada; nenhuma voz se levanta. Aí nenhum IPHAN e nenhum IPAC tem força política para dar testa ao todo poderoso corró da cidade.
Ante essa situação, o perna-de-pau centroavante da seleção de coroas cachoeiranos joga solto, sem marcação, fazendo gols de impedimento a torto e a direito. Resultado: não existe uma obra sequer que não tenha uma irregularidade, um dinheirinho a mais. Que comprove o relatório da auditoria roleta-russa da CGU.
O local do crime


Baseado no cronista cachoeirano Pedro Celestino da Silva e numa bibliografia específica e oriunda de pesquisadores religiosos da Ordem de São Francisco, a presença franciscana e a instalação do Convento de Santo Antonio do Paraguaçu em Cachoeira se deu em decorrência da conversão religiosa, já na maturidade, de Pedro Garcia de Araujo, proprietário das antigas terras de São Francisco, que se tornou irmão leigo da Ordem.  Jaboatão diz que
No Capítulo, que fez o primeyro custodio independente, Fr. João Bautista em vinte e quatro de fevereyro de 1646, foi determinado a acceitação de fundar Convento no lugar do Paraguassú, como pedem os moradores da freguesia, (diz hum assento da Meza deste Capitulo, e se escolherão dos dous Sítios, que offerece o P. Pedro Garcia, qual seja o mais conveniente).
Já Pedro Celestino da Silva, baseado em Jaboatão, diz ele que
Doou o padre Pedro Garcia, por escriptura publica, dois sítios que possuía na margem oriental do rio Paraguassú, um onde se acha levantado esse convento, e outro mais abaixo, na passagem denominada Pontal.
Jaboatão e outros autores que estudaram a ordem franciscana e o convento Santo Antonio em São Francisco do Paraguaçu não apresentam dados precisos sobre as terras doadas por Pedro Garcia para os franciscanos. Em face disto, não se sabe sua extensão original e limites precisos. Sabe-se concreto que os franciscanos não eram empreendedores, como eram os beneditinos e jesuítas, que possuíam grandes engenhos e grandes plantéis de escravos. Assim, conclui-se que propriedade doada por Pedro Garcia aos franciscanos limitava-se unicamente àquela que constituía o convento, inclusive o quintal, que corresponde a área da atual vila.
Jaboatão diz que
Quando alli fomos Noviço pellos annos de 1717 naõ havia no lugar mais que dous ou três cazebres de Pescadores, e o Hospital, de que logo diremos; hoje haverá huã dúzia de cazas de alguns pobres [pescadores}, que vivem á sombra do Convento.
Esses “pobres pescadores” referidos por Jaboatão eram, certamente, mamelucos (mestiços de índios e brancos) descendentes de antigos habitantes do local. Jaboatão identificou poucos moradores naquela localidade devido, principalmente, à configuração do lugar, em detrimento, por exemplo, da vizinha povoação de Santiago, localizado numa parte onde se descortinava o vale  do Iguape. Diz Jaboatão (p.540):
Não tem vista alguã para a parte de terra, por ser toda dezerta, e montanhoza; a melhor que tem he [é] a do Rio. Não se descobre do Convento Povoação, ou edifício algum mais que da outra banda da barra da [vila da] Cachoeyra em distancia de mais de legoa.
Em decorrência da instabilidade pela qual vivia o convento de Santo Antonio ao longo de sua existência, determinado momento enfraqueceu suas atividades religiosas e de assistência. Em finais do século XVIII até meados do século XIX, com a crescente decadência do sistema plantocrático açucareiro no Iguape, que sustentava e garantia o funcionamento do convento, suas instalações físicas começaram a sofrer gradativo processo de deterioração. Sabe-se que na década de 1850 não mais havia frades brasileiros ou portugueses no Convento, e sim cerca de cinqüenta franciscanos de origem alemã, que permaneceram pouco tempo no local.
Na década de 1910 o Convento de São Antônio do Paraguassú estava abandonado e em ruína. Diante da iminência de desabamento de todo o conjunto arquitetônico, o convento e os terrenos adjacentes foram doados à arquidiocese baiana. Como medida preventiva para evitar o desabamento da igreja, foi acordada em reunião a demolição do convento e a venda dos terrenos e alfaias para que, com o dinheiro auferido, se promovesse a reforma da igreja. Para tal, em 19 de janeiro de 1915 foi nomeada uma comissão que seria responsável pela execução do projeto.
Peças em mármore, metais e madeiras que compunham o acervo móvel (mobiliário, objetos de arte, por exemplo) e imóvel (pias, lavabos, escadaria, etc) do convento foram vendidas e/ou doadas. Na década de 1930, São Francisco do Paraguaçu atraiu imigrantes provenientes de áreas sertanejas flagelados pela seca que grassou naquela década na Bahia. Aqueles que se fixaram definitivamente em São Francisco arrendaram pedaços de terras para cultivo temporário de gêneros de subsistência ou se empregaram como extrativistas meeiros. Parte da população atual da vila de São Francisco é oriunda desses imigrantes sertanejos.
Além de sítio histórico construído pelos irmãos franciscano do convento de Santo Antonio, local onde estudou um dos mais renomados cronistas setecentistas brasileiro, o frei Antonio de Santa Rita Jaboatão, a vila de São Francisco era originalmente uma aldeia indígena. Valiosíssimas obras de arte sacras pertencentes ao convento enriquecem museus brasileiros; no interior da igreja de Santo Antonio jazem os restos mortais de Sebastião da Rocha Pitta, o pai da história brasileira. Pesquisadores da Universidade de Évora, Portugal, estudaram a Nora, o sistema medieval de abastecimento de água através de aqueduto que se encontra preservado no citado convento. Contudo, o prefeito de Cachoeira, que desconhece a importância do patrimônio histórico e cultural do município que administra, arrogantemente destrói tudo; constrói um trombolho ao lado de um edifício religioso construído no início da colonização brasileira. É demais!
 

sábado, 16 de julho de 2011

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE CASAS DE ESTUDANTES - ENCE

Ocorrerá entre os dias 07 e 13 de Agosto de 2011, no Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, o XXXV Encontro Nacional de Casas de Estudantes – ENCE, cujo tema será “Casas em Movimento(s): Olhares politizados, fazeres plurais e os sentidos das Políticas de Assistência e Permanência”.

Com a expectativa de receber cerca de 400 pessoas, a 35ª edição do evento objetiva trocar experiências, traçar paralelos entre as diferentes realidades participantes e discutir formas de articulação de uma luta nacionalmente integrada em torno das políticas de assistência/permanência estudantil como forma de garantir condições dignas de cursar o Ensino Superior aos/às estudantes oriundos/as das camadas populares, além de encurtar distâncias com os demais segmentos da Sociedade Civil Organizada.

A realização do evento é uma parceria entre a Secretaria Nacional de Casas de Estudantes – SENCE e as Residências Universitárias da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, da Universidade Federal da Bahia – UFBA e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB.

O investimento é de R$25 (vinte e cinco) e o contato para informações e pré-inscrições pode ser feito através do e-mail: ence2011.bahia@gmail.com e pelo blog: http://xxxvencebahia.blogspot.com/;

Confira a PROGRAMAÇÃO do Evento:

Dia 07 de Agosto:
- Credenciamento – 08:00 às 17:30
- Abertura, às 19:00
Dia 08 de Agosto:
- “Formação Política: onde estou e o que é isso?!” – 08:30 às 11:40
- “Residências Estudantis do Brasil: a realidade da Bahia” – 13:30 às 17:30
- Apresentação da nova Gestão e Reunião Ampliada da SENCE – 19:30 às 22:00
Dia 09 de Agosto:
- Oficina do Teatro do Oprimido – 08:30 às 11:40
- Grupos de Discussão (dois blocos) – 13:30 às 17:30
- “As políticas governamentais de Assistência Estudantil em relação às Universidades Estaduais” – 19:00 às 22:30
Dia 10 de Agosto:
- Educação Popular – 08:30 às 11:40
- Espaços Propositivos – 13:30 às 18:00
- Construção de Ato Público – 19:00 às 22:30
Dia 11 de Agosto:
- Ato público – 06:30
- Tarde livre
Dia 12 de Agosto:
- Prestação de Contas do evento – 08:30 às 11:40
- Avaliação do Ato – 13:30 às 17:30
- Avaliação do Encontro – 19:00 às 22:30
Dia 13 de Agosto:
- Plenária Final – 08:30 às 17:30

*Programação sujeita à alterações.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ogan do Seja Hundê é discriminado em programa de rádio, um resposta.

A verdade dos fatos

Prezado Cacau,

Na condição de Ogan da Roça do Ventura e direitor de cultura e relações públicas da Sociedade Cultural da Roça do Ventura,acompanhei meu irmão de roça,Ogan Buda à Rádio Paraguassu,para tratarmos das visitas dos orgãos públicos estaduais ao nosso terreiro ,no dia 25 de Junho,quando a cidade de Cachoeira torna-se por um dia a capital do estado.A visita à Radio foi realizada no horário do programa da senhora Alzira Costa,meio dia,do dia 28-06,conforme combinado telefônico.

Informamos no programa aos ouvintes que recebemos a visita de representatntes da Secretaria estadual do Meio Ambiente,na pessoa de Célia Bandeira(chefe de gabinete) e da Sra.Maisa Flores,quando foi informado a intenção da realização de um projeto piloto na Roça do Ventura de um jardim de folhas sagradas.Também tivemos a visita do Sr.Elias Sampaio,secratário da SEPROMI,acompanhado de uma comitiva da mesma secretaria,quando tratamos de diversas ações de interesse da Roça do Ventura que estão em andamento na referida secretaria,como por exemplo a construção do muro-cerca no entorno das terras da Roça do Ventura,como também do acompanhamento das ações na justiça promovidas pelo IPHAN e IBAMA,contra as ações de devastação e destruição dos escombros sagrados da Roça de Cima,claro que aproveitamos a oportunidade para mais uma vez denunciarmos a completa falta de atenção do poder público municipal(a prefeituta de Cachoeira)com as  solicitações da comunidade religiosa do nosso terreiro,chamamos atenção que mais uma vez a situação do acesso a roça era a pior possível ,causando o atolamento de diversos veículos ,inclusive de sacerdotisas do candomblé de fora do estado(Uma senhora de 70 ano,do RJ),além do carro da Senhora Célia Bandeira,da secretaria do meio ambiente,fato testemunhado por todos que visitaram a nossa roça no dia 25 de junho.

Nesse momento que atribuimos responsabilidade à Prefeitura de cachoeira,pela não melhoria das cndições de acesso ao Ventura,a Sra.Alzira já demonstrou um incômodo com os comentários realizados,de pronto a apresentadora fez uma contundente defesa da prefeitura.Tudo ficou muito mais preocupante quando apresentamos as razões para não realização da construção do nosso muro-cerca,em função do fato da prefeitura de Cachoeira esta inadimplente com a sua documentação,informação apresentada pela SEPROMI,para explicar a não execução das obras do muro-cerca.Nesse instante a apresentadora abriu mão da sua condição de jornalista e assumiu sem o menor disfarce ,sua condição de relações públicas da prefeitura,já naquele momento a apresentadora foi tendenciosa e visivelmente parcial na condução do programa e nas armadilhas apresentadas na tentativa incansálvel de fazer a qualquer custo a defesa da prefeitura,mesmo que tal postura macule sua condição de jornalista,que deve gozar de uma concessão do poder público para realização ações de jornalismo de interesse da comunidade ,de interesse público portanto.

Dias depois fomos informados dos comentários racistas e desrespeitosos dessa senhora,comentários realizados no seu programa, contra o Ogã Buda e sobre minha pessoa.Lamentamos que tal atitude tenha sido praticada com reprovavel covardia e negação do princípios básicos do jornalismo ,que deve ser mais um instrumento de consolidação da democracia em território brasileiro.

Consideramos que tais atitudes só reforçam a ideia que essa senhora faz do jornalismo a extenção das suas atividades  de relações públicas da prefeitura ,demonstrando mais uma vez os limites da imprensa cerceada pelo poder politico e econômico local.

Informamos que tomaremos as atitudes cabíveis a tais comportamentos racistas e desrespeeitosos da Senhora Alzira Costa,no exercício  e condução do seu programa ,na Radio Paraguassu,em Cachoeira.

Agradecemos a  Cacau por garantir esse espaço na midia livre para apresentamos nosso mais contundente repúdio aos comentários covardimente apresentados por essa senhora que desrespeita o POVO DE SANTO DA BAHIA e rasga os princípios fundantes do jornalismo e da liberdade de expressão em nossa terra,numa clara demonstração que o "coronelismo eletrônico" ainda é um fenômeno político presente no reconcavo baiano.

Gratos ,

Marcus Alesandro
Ogã da Roça do Ventura

sábado, 2 de julho de 2011

Ogan do Seja Hundê é discriminado em programa de rádio

Roça do Ventura
Buda, apelido do ogan do Zô Ogodô Bogum Malê Seja Hundê, terreiro de candomblé jêje marrin de Cachoeira conhecido como Roça de Ventura, diz que foi discriminado pelo apresentador de um programa que diariamente é levado ao ar pela emissora Paraguaçu FM, de Cachoeira. Segundo ele, o apresentador o desqualificou como sacerdote e como indivíduo. Diz ainda que além das ofensas à sua pessoa, o locutor teria dito que o Seja Hundê é um candomblerzinho, cujos participantes são cariocas, paulistas e mineiro.

O motivo da ofensa foi porque Buda compareceu ao programa de rádio vestido de bermuda e camiseta, o que para o locutor era um traje inadequado para um ogan. Mas Buda contra-argumenta dizendo que o motivo foi porque ele foi denunciar as desobediências às determinações da Justiça impostas ao advogado Ademir Passos, que recentemente violou o espaço sagrado do terreiro ceifando árvores, soterrando a lagoa do orixá Nanã; enfim, desfigurando o sítio cultural afrorreligioso. O referido advogado, que é especializado em resolver broncas de prefeitos na Justiça, advoga para a prefeitura municipal da Cachoeira, e o programa de rádio é patrocinado com o dinheiro público, disse o ogan, que vai acionar a Justiça por reparações morais.. 

 

Blog do NNNE - UFRB

Historicamente a sociedade brasileira foi construída através de variados processos de subalternização do negro/a. Durante mais de três séculos, milhares de africanos foram tirados de sua terra de origem, para servirem de força de trabalho escrava no Brasil. Durante todo período colonial e imperial, a sociedade brasileira se sustentou através da escravidão negra, prática essa, que se fundava através de um cotidiano exercício da violência, coação, exploração e humilhação da população escravizada.

     Com o fim da escravidão legal no Brasil, em 13 de maio de 1888, o quadro de violências alterou-se, na medida em que as elites dirigentes, aparelhadas com as teorias racialistas, organizaram-se para recriar as hierarquias estabelecidas durantes os séculos de escravidão. Nesse sentindo, o Estado-nação brasileiro, foi construído através de políticas estatais, que visavam excluir e muitas vezes exterminar a população negra aqui existente, com projetos de favelização, programas de higienização, políticas de branqueamento e criminalização do negro/a e suas manifestações religioso-culturais. Mas, nós resistimos.
 
     Nos fins dos anos 20, o protesto racial emerge fortemente em São Paulo, propagando-se em outros estados da Federação; criam-se organizações, com base na identidade racial cujo objetivo é projetar os negros/as enquanto atores sociais. No final dos anos 40, o protesto reaparece no Rio de Janeiro, sob a forma de um ambicioso projeto cultural - Teatro Experimental do Negro - articulando-se psicodrama, valorização da tradição afro-brasileira e propostas políticas com vistas a interferir na reforma  constitucional.
 
     No final dos anos 70, uma nova onda de protestos, impulsionada por organizações negras de diferentes estados da federação, dão início à formação do Movimento Negro Unificado. Uma peculiaridade do Movimento Negro/a do Brasil, está no fato de que além de combater o racismo em todas as formas é preciso também desmistificar a idéia difundida de “democracia racial”, ideologia essa, diluída em toda sociedade brasileira, como constituinte de sua própria identidade nacional, dando um tom “harmonioso” às relações raciais.
 
     Na universidade o combate ao racismo perpassa por críticas ao conhecimento excessivamente eurocêntrico e pela organização da luta por acesso e permanência da população negra ao ensino superior. Fundamentados nesses eixos de atuação é que surge o movimento negro/a universitário na sua forma de núcleos estudantis. As pautas dos núcleos se somam às pautas gerais do movimento negro/a tendo como principal conquista destes, em nível nacional, a adoção de políticas de cotas para o acesso e permanência de estudantes negros/as. 
 
     Nessa conjuntura o negro/a passa a reivindicar o espaço político na universidade pública, propondo alternativas epistemológicas em favor da descolonização do conhecimento e o combate ao racismo na sociedade brasileira. É nesse sentindo, que estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, especificamente do Centro de Artes, Humanidades e Letras, reúnem-se em abril de 2009, e desde então, vêem se organizando de forma ativa e autônoma, com o intuito de discutir e militar em defesa das populações negras, o combate ao machismo e outras lutas em favor das maiorias subalternizadas. 
 
     O coletivo intitulado de Núcleo de Negras e Negros Estudantes (NNNE) tem como compromisso, combater o racismo, o machismo e todas e quaisquer formas de segregação, entendendo que essa ação de combate as discriminações é de extrema importância para construção de uma sociedade plenamente democrática.
 
    Nesse sentido, o NNNE é um coletivo de estudantes militantes que atualmente  desenvolve trabalho de base nas comunidades periféricas na cidade de Cachoeira-BA, além de constituir  uma rede de articulação com outros movimentos sociais como MST Recôncavo, MSTB, MOPEBA, MNU e comunidades Quilombolas da região. Somos maiss um elo da corrente inquebrantável do movimento negro contemporâneo.
 
Núcleo de Negras e Negros Estudantes da UFRB