sexta-feira, 27 de maio de 2011

Patrimônio Histórico Desaparece em Feira de Santana



Antigo 1º Batalhão de Polícia Militar.
O prédio do antigo Imperial Asilo dos Enfermos de 1865, que recebeu do monarca D. Pedro II a considerável quantia de dois contos de reis, quando de sua visita a Feira de Santana em 1859 a acada dia que passa desaparece em ruínas em meio a ignorância dos políticos desta cidade. Durante um século o Imperial Asilo que posteriormente voltou a se chamar Santa Casa de Misericórdia atendeu gratuitamente a população de Feira e Região.

No governo de João Marinho Falcão em 1956 com o fim da construção do Hospital D. Pedro a Santa Casa de Misericórdia foi transferida, passando o velho casarão a abrigar o Batalhão de Polícia Militar até passar a ser o Palácio do Menor, onde se pretendia abrigar o menor desamparado de Feira de Santana. O Palácio nunca chegou a ser o que se pretendia, quando muito foi um deposito de crianças onde estas conviviam com um prédio em ruínas, num perigo constante as crianças ali “abrigadas”.

Palácio do Menor em Ruinas.
No dia 12/03/2009 o então superintendente regional do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Carlos Amorim, esteve em Feira de Santana com o objetivo de fazer a declaração de interesse para fins de tombamento, sobre o imóvel onde funcionou a antiga Santa Casa de Misericórdia, que inclusive teve como hospede o então Imperador D. Pedro II. Na época disse o superintendente: “Eu vim a Feira de Santana para fazer a inspeção, pois há interesse do governo federal nesse imóvel. Agora está sendo feito o estudo para o processo de avaliação, que é um pouco demorado, mas o processo de pedido de preservação será imediato”. No entanto ao envés de tombamento o prédio foi “doado” pela Prefeitura de Feira de Santana sob os auspícios do prefeito José Ronaldo, o mesmo que hoje sofre uma ação de improbabilidade administrativa, sem tomar em conta os interesses do município ou mesmo das crianças ali abrigadas ao Serviço Social do Comércio (SESC), mantido pela Confederação Nacional do Comércio, com o intuito de que no local fosse feita uma recuperação do imóvel para o funcionamento de um restaurante escola e até hoje nada foi feito.

O descaso com o patrimônio material e imaterial de Feira de Santana é um reflexo das elites decadentes e dos políticos decrépitos de nossa cidade. 

Luís Antonio Araujo, Feirense, Graduando do 3º semestre em Museologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

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